segunda-feira, 7 de setembro de 2009
domingo, 16 de agosto de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
sonho
Turva neblina luminosa na madrugada perdida.
Calçadas ainda úmidas de sono e sereno.
A lâmpada antiga de dentro do globo de vidro leitoso sobre o poste baixo
mal ilumina a praça.
Vislumbro de longe e me aproximo réptil.
Então percebo: dezenas, centenas de pequenas mariposas voam ao redor do globo luminoso. Não, são milhares, uma miríade de mariposas batendo asas, nuvem turvando minha visão. Estou junto à nuvem e nem vejo o globo. Estendo o braço, minha mão dentro da nuvem úmida que se deixa abrir como um arbusto. Lá no centro, em vez da luz surge, túrgida, uma rosa:
tua bucetinha
segunda-feira, 6 de julho de 2009
um sonho
A voz vem, de não muito longe. Voz clara, límpida. Voz de mulher, ligeiramente grave, algo rouca. Com uma alegria incontida. Uma voz de mulher que fala alto e ri dentro do camarim, escada acima. Por entre os corredores do estúdio eu sigo aquela voz. Não sei se conversa com alguém, se canta ou se fala um texto a sós. Mas é como se falasse comigo, como se me chamasse com urgência. Um apelo claro, forte. Eu apenas sigo o caminho da voz, sem pensar em quem a emite. Eu a sigo com o mesmo instinto da abelha que busca a flor. Aquela voz é o aroma de alguém, aroma de um ser que me atrai.
E eu vou.
terça-feira, 9 de junho de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
morre um poeta
morre um poeta
e o mundo, muda?
um poeta morre
num rincão da américa
e o leitor, esse gigante
abre chagas e rasga pétalas
e chora, sente saudade
lamenta que tenha partido
uma das nítidas vozes
que cantavam a humanidade
morre um poeta,
e o mundo, mudo.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
oásis - 2003
Não. Poema algum bateu à minha porta,
nenhuma poesia me veio visitar.
Apesar do encontro marcado de toda madrugada,
três e meia da manhã e nada, ninguém.
Escrevo apenas para registrar tua ausência, poesia,
eu que nunca esperei por ti.
Ao contrário, tu sempre me surpreendeste
em tardes cinzas, em noites vagas.
Ou então, poesia, ilusão
oásis
e tudo não passou de miragem
que eu tenho querido mirar.
sábado, 18 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
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letra do acaso no braço rubrica verde do instante traço, gesto de ideograma inacabado o poema se completa na flor da borboleta |
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a lagarta é a traga-la
letra do acaso
rubrica verde
do instante
traço, gesto
de ideograma inacabado
o poema se completa
na borboleta
segunda-feira, 13 de abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
sexta-feira, 10 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
poema de 2003
as sete vidas
do nosso amor
nasceram mortas
como os filhotes abortados
pela gata abatida a pauladas
na peça do Nélson
todas as possibilidades
nós tivemos
e destruímos uma a uma
a pau, a pedra,
a ferro e fogo
afogamos nosso amor, esse sufoco.
sábado, 4 de abril de 2009
terça-feira, 31 de março de 2009
vísceras do poema (texto em processo)
Construo meu castelo
Castelo não, que castelo
Não é algo que hoje se construa
Exceto o castelo de cartas,
Frágil no equilíbrio
Ou o castelo de areia,
Que celebra a impermanência
A construção que executo
Não se dimensiona em metros
Ou massa, volume
É obra tênue, arredia
Sopro de brisa no seio do dia
Luz que atravessa a nuvem, difusa
É instrumento que não se utiliza
É lanterna, mas sem o lume
É bomba sem explosão
Açúcar sem o doce
A essa construção peculiar
Você chamaria poesia
Ou, mais propriamente, vida?
...
domingo, 29 de março de 2009
sexta-feira, 27 de março de 2009
letra antiga inacabada
da fila
essa é a tal da fila
que o povo fala
é gente atrás de gente atrás de gente atrás de gente
é gente atrás de ti gente na tua frente
espera espera muito e não anda nada
essa fila ainda entra pela madrugada
o esporte nacional do brasileiro é
entrar no fim da fila e esperar de pé
quinta-feira, 26 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
do livro "olho nu"
Um poema por dia
é boa medida
Um poema por noite
a cada madrugada
quando o mundo silencia
e meus clamores soam mais
e mais ainda se você não está
se você não está presente
ou se encontra inacessível
Um poema por dia
como um comprimido
homeopatia, medicamento
de dupla profilaxia:
utilizo para cura
e a saudade remedia;
depois te ministro, poema
dose pequena de alegria
segunda-feira, 23 de março de 2009
poema recente
nada foi perdido
nem o dia
nem o dedo
nem o dado
tudo foi guardado
da maneira amorosa
com que guarda o poeta
domingo, 22 de março de 2009
um
de diante para trás.nina simone canta aqui no computador.
Pedro brinca, na sala, de filme de animação.
eu escrevo, em busca de sentido.
abro novo blog.
poeria não dava mais.
http//:poeria.zip.net
fechado há mais de 3 anos, não poderia voltar a frequentá-lo. (ai ai, meu trema...)
caixa cerrada, boteco fechado.
muitos poemas de lá foram para meu livro, olho nu, publicado em 2008.
aqui estamos, 2009, textos novos, outros antigos, tantos outros a nascer.
hoje vi a foto de um elefante rosa, flagrado na África.
um filhote, acham que é albino.
revi a foto. de fato, seu olho é vermelho.
na Índia são comuns os elefantes albinos. na África, raros.
li isso hoje, claro.
Pedro cansou da brincadeira, sentou no sofá.
publiquei um poema como comentário no blog da Alice Sant'Anna.
hoje falei com ela por chat, ela gostou do poema, perguntou se era meu.
o livro dela é precioso.
publicado aos 2o anos!
merece a exclamação.
o link do seu blog, aí ao lado. (ou nalgum lugar desse blog)
considero inacabado, o texto que postei lá.
mas o reproduzo aqui, para encerrar:
O que essa pedra me diz
ereta diante do mar
de dentro da tarde gris
o que essa pedra me traz
O que essa pedra me traz
memória remota de infância
que rebrilha oculta onde jaz
o que essa pedra me diz
(...)